quinta-feira, dezembro 11, 2008

Obrigado ao Skip, e obrigado as vizinhas por avisarem da chuva.*



*ou como de repente parte do património do há.que.dizê.lo ficou limpinho e a cheirar bem. Quando antes eram baratas, era pó, era naftalina.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Isto faz-me lembrar o Tiago, ou talvez seja o Teatro.



Fitter, Happier - Radiohead.

Vamos ao Teatro, amiguinhos!


As palavras que se vão seguir não foram extraídas de um poema: deveriam tender para ele. Seriam uma tentativa, ainda muito longínqua, de aproximação, se por acaso não fossem um rascunho entre muitos de um texto que será caminhada lenta, comedida, em direcção ao poema que justificará tanto este texto como ele me justificará a vida.
Jean Genet

Estes textos de Jean Genet são fragmentos de um discurso incompleto e sem qualquer tipo de estrutura narrativa. São fragmentos dispersos que nos colocam perante a presença da palavra evocativa de um universo iconográfico deste autor. Para nós, este universo remete para a ideia de retratos e auto retratos. Através destes textos procuramos trabalhar a separação em dois planos entre a palavra dita e ouvida pelo espectador e a imagem ou acção criada em cena. Fazendo depois convergir estes dois planos para a mesma unidade espaço/tempo onde quem vê e ouve, compõe individualmente analogias entre as palavras de Genet e as acções cénicas criadas.

Um projecto de Francisco Salgado a partir do universo de Jean Genet

Criação John Romão, Leonor Cabral, Manuel Henriques, Marco Franco, Sofia Dinger, Francisco Salgado, Inês Vaz, Wagner Borges, Cristina Alfaiate
Produção Nuno Ricou Salgado e Rita Cabral Faustino
Assistência de produção Emília Ferreira
Organização Procur.arte

Apoios: Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes, Instituto Franco-Português, Escola Superior de Teatro e Cinema Chapitô

3 a 14 Dezembro
Instituto Franco-Português

Vamos ao Teatro, amiguinhos!



Júlia é um espectáculo idealizado por dois recém-licenciados pela Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), Vânia Rodrigues e João Abel, a partir de Menina Júlia de August Strindberg.

Um espectáculo-simulacro que serve o estudo do conflito intrínseco nas relações humanas, os jogos de egos incorporados na realidade que nos envolve, a (im)possibilidade de destruir barreiras teóricas que sustentam a base de um "estado" do qual derivam acções exclusivamente mentais, imateriais, são o objecto de trabalho na concepção deste espectáculo.
Júlia traduz-se na exploração e aplicabilidade de um teatro para além da acção puramente dramática, mas ainda assim partindo da estrutura dramática. A capacidade de transpor a poesia de Strindberg em acção teatral será a nossa quimera.


Encenação João Abel
Interpretação João Abel. Maria Vasconcelos. Vânia Rodrigues.
Produção Executiva Catarina dos Santos
Montagem vídeo Pedro Joel
Design PK


Apoios: Comuna-Teatro de Pesquisa. In Impetus. João Garcia Miguel. Teatro Praga. Útero Teatro. Há.que.dizê.lo

Bilhete:
7,50€ preço normal
5€ com desconto

P.S.: mais uma mega produção (aqui o termo mega é utilizado como indicador qualitativo das qualidades da pessoa que exerce a função que lhe segue) da nossa Catarina

terça-feira, dezembro 02, 2008

Algumas particularidades...


(foto roubada daqui)

Ontem, na Praça de Touros Campo Pequeno, 18º Congresso do PCP. Milhares de pessoas de punho ao alto e movimentos sincronizados gritavam viva, a luta continua e assim se vê a força do PC.

Não querendo ser político, e menos ainda irónico ou sarcástico, mas com uma enorme curiosidade e vontade de aprender, pergunto:

 a luta? continua? que luta? continua desde quando? desde onde?

sexta-feira, novembro 28, 2008

quarta-feira, julho 30, 2008

Para jogar ao pião é preciso um cordeli

Estava eu no outro dia à espera do metro no Jardim Zoológico, quando comprovei a existência de um grupo de pessoas que, há já algum tempo, desconfiava que existissem. Eles são uma espécie de Templários, um género de Maçonaria da Língua Portuguesa, disfarçados de senhores de meia idade com a camisa aberta nos três primeiros botões, ou senhoras que vestem camisolas que mais parecem naperons e que, para ficarem modernas, levam na mão malas feitas de embalagens de café Delta.
Eles têm em sua posse o verdadeiro código da nossa língua. Agora percebo porque se criou o novo acordo ortográfico. Foram eles que o criaram. No fundo, é apenas mais areia para os nossos olhos, para que só eles continuem a saber falar bem o português. Gente da minha terra, andamos todos enganados. Mas eu, no outro dia, descodifiquei um dos códigos.
Em bom português, as palavras acabadas em "L", na verdade, acabam em "i". Como no caso da palavra "papel".

Dá-me uma boa razão para estar aqui










Vale a pena continuar?

sexta-feira, junho 06, 2008

a pós-produção


isto é a Catarina a partilhar o porta-bagagens com cadeiras, candeeiros, malas, livros e um cobertor.



isto é a Catarina a arrumar melhor a sala onde descansa o espólio do Há.Que.Dizê.Lo.



Será que mais alguém neste grupo trabalha, ou é só ela?

segunda-feira, junho 02, 2008

Alguém lê poesia na esquina

Ontem, no início da última sessão do espectáculo "Rir Tendo Consciência da Tragédia", fui como em todos os espectáculos ler poemas de Mário Cesariny às prostitutas da Rua Nova do Carvalho. Não houve, ao longo dos seis espectáculos, nem uma que ficasse indiferente ao que lhes lia. Quando as abordava, explicando que estava a fazer um espectáculo a partir de Cesariny, e lhes pedia para escutarem um poema, todas foram acessíveis e disseram logo que sim. E ouviram com uma atenção que nunca percebi em ninguém. Olhavam-me nos olhos e reagiam a cada verso, a cada ironia e a cada conjunto bonito de palavras com os olhos a brilhar. 

Ontem, li um poema do livro Pena Capital que começa assim "O amor que é só o amor é já o inferno" (infelizmente não vou poder transcrever mais do poema por motivos que vão descobrir se lerem o post até ao fim). Li-o a uma rapariga que já noutra noite me tinha escutado e cujos olhos, ao inicio apagados, brilharam mais que tudo naquele momento. Ela disse "que bonito". E eu ofereci-lhe o livro. 

Isto sim, é uma coisa muito bonita.

Nós somos uma vergonha

Temos um blog e não o aproveitamos. Fizemos um espectáculo e mal o referimos por aqui. Ora, mais vale tarde do que nunca. Aqui vai o cartaz e uma imagem. Depois virão mais.

quarta-feira, abril 23, 2008

Da "mess" quase versus missa

A verdadeira questão não é se é ou não uma mess. É claro que é. O que interessa saber é se o público tem verdadeiramente medo dessa mess e porquê? É assim tão necessário atribuir culpas autorais para organizar o mundo na cabecinha do espectador? E por ser uma amálgama feita para ser "dita" por quem a diz não sairá a mensagem com mais força e mais verdade?

Por outro lado, não confundamos orgia criativa com displicência. Espero.